Porque “está na moda” o mindfulness?
Cada vez que associamos a palavra “moda” a qualquer conceito, parece que estamos a antever que não irá durar muito tempo. A moda vai mudando e não perdura no tempo.
Já chamaram “moda” à Inteligência Emocional, chamaram “moda” ao Coaching e agora é a vez do Mindfulness…
Na minha opinião nenhuma delas é “moda” e nenhuma das três será algo passageiro.
Nos anos 70 começou-se a implementar o Mindfulness como tratamento de algumas perturbações psicológicas, sobretudo em sintomas associados à ansiedade (ansiedade generalizada, stress, ataques de pânico, transtorno obsessivo-compulsivo, fobias) e depressão. Muitos estudos demonstraram que a utilização da técnica resultava numa efetividade semelhante à medicação.
Para mais informações consultar Jon Kabat-Zinn, que desenvolveu MBRS (Redução do Stress baseada no Minfulness) e fundou em 1979 o Centro Mindfulness in Medicine, Health Care, and Society na Escola de Medicina da Universidade de Massachusetts.
A tendência de contribuir para melhorar o bem-estar de qualquer pessoa (psicologia positiva) tenha esta sintomas ou não, faz com que o Mindfulness fique próximo da população em geral, com promessas (demonstradas cientificamente) de melhorar a qualidade de vida, entre outras:
- Acalmar a ansiedade
- Reordenar a mente
- Equilibrar o carácter (mais tranquilo, pacífico e otimista)
- Melhora a estabilidade emocional e o autocontrolo
- Estimular as emoções positivas e a empatia
- Melhorar a concentração, a aprendizagem, a criatividade e a intuição
- Melhorar a saúde (reforça o sistema imunitário) e a longevidade
Diversos estudos têm vindo a comprovar, elevadas alterações na atividade cerebral (sobretudo no lobo frontal esquerdo), conexões neurológicas, amplitude da memória, maior dimensão do hipocampo, tálamo e rotação temporal inferior.
Se algumas práticas de Mindfulness podem ser-nos desconhecidas (baseadas numa meditação zen e vipassana), a ideia que se destaca é que todos já experimentámos. Basta desfrutar de uma atenção plena sobre alguma coisa (também designado de consciência plena ou consciência pura). Só temos que descobrir como colocar todos os sentidos em algo (ou alguém) no momento. Também pode traduzir-se como “clareza da mente”.
Mas para além das implicações espirituais, os hábitos de Mindfulness quotidianos, ajudam-nos a acalmar a mente e a potenciar todas as suas faculdades. E isto é algo que todos necessitamos, já que o ritmo de vida que levamos, a falta de “limpeza” emocional e a sob estimulação a que submetemos o nosso cérebro todos os dias, vai melhorar a nossa capacidade de nos concentrarmos no momento presente e poder desfrutar e ter maior qualidade de vida.
Autor: Guadalúpe Gómez Baidés
- Formadora Certificada pela International Coach Federation (ICF)
- Coordenador da Escola de Formação Executiva da Cegos Espanha
- Psicóloga especialista em coaching e Inteligência Emocional. Conferencista e escritora