Coaching Generativo: a arte da mudança criativa

Alina OliveiraConsultora, Formadora e Coach
Coaching Generativo- a arte da mudança criativa

Coaching Generativo: a arte da mudança criativa

Alina OliveiraConsultora, Formadora e Coach
Coaching Generativo- a arte da mudança criativa

De um modo geral, o coaching é um processo que ajuda as pessoas e as próprias equipas a desenvolverem ao máximo as suas competências. Trabalha os pontos fortes das pessoas, ajudando-as a ultrapassar barreiras e limites individuais, de forma a fazer emergir o melhor de cada indivíduo e facilitar o seu desempenho mais eficaz enquanto membro de uma equipa. Neste contexto, um coaching eficaz exige ênfase tanto nas tarefas como no relacionamento.

O coaching valoriza a mudança generativa e concentra-se em definir e alcançar objetivos específicos. As metodologias do coaching são direcionadas para a obtenção de resultados e não para a resolução de problemas. Tendem ainda a ser bastante focadas em soluções e na promoção do desenvolvimento de novas estratégias para pensar e agir em oposição ao tentar resolver questões e conflitos passados. Por outro lado, a resolução de problemas ou a mudança corretiva estão mais associadas à terapia e ao aconselhamento.

Formação de coach profissional Level 1 – ACC (anterior ACSTH)
Conceitos, ferramentas e técnicas de Coaching executivo para ser coach profissional e poder obter a credencial ACC

Curiosamente, o termo “coach” provém do nome de uma pequena aldeia húngara, Kocs, localizada entre Viena e Budapeste, conhecida pela construção de vagões, carroças e carruagens.


Estas duas grandes cidades precisavam de veículos rápidos e bem construídos, capazes de transportar mais de duas pessoas pelas estradas acidentadas e cheias de buracos da altura, com o máximo de conforto possível. Uma das melhores carruagens puxadas por cavalos – composta por um vagão de passageiros leve, e razoavelmente confortável, com quatro rodas e suspensão de correia – foi apelidada de kocsi szekér, que significa “Carruagem de Kocs”. Este meio de transporte era tão compacto, elegante e robusto que o design depressa se espalhou a vários países da Europa nos séculos XV e XVI. Os vieneses chamaram ao veículo “Kutsche”. Os franceses “coche”. Em Roma, foi apelidado de “cocchio”. Posteriormente, em Inglaterra, foi chamado de “coach”.

Desta forma, a palavra “coach” significava originalmente “vagão ou carruagem”, significado que perdura até aos dias de hoje, associado a viagens de comboio ou avião. Um “coach” é literalmente um veículo que transporta uma pessoa ou um grupo de pessoas de um local inicial para um local desejado.

A ideia de coaching aplicada à vertente educacional deriva do conceito de que alguém, como um tutor ou formador, “conduz” ou “transporta” o aprendiz ou formando através dos seus desafios. Um coach educacional é, portanto, definido como um “tutor particular”, “alguém que instrui, forma ou treina um indivíduo ou uma equipa” ou “alguém que instrui os jogadores nos fundamentos de um desporto competitivo e dirige a estratégia da equipa”. Posto isto, o processo de ser coach é definido como “formar e treinar alguém intensamente, quer através de instrução como de demonstração”.

No caso do desporto, o coach ou treinador, acompanha e observa os atletas enquanto estes praticam, dando-lhes motivação, incentivo e feedback para que consigam alcançar os maiores níveis de performance possível.


No que diz respeito a um coach de remo, por exemplo, este acompanha os atletas dentro de um barco. Para além de observar os remadores, direciona o seu esforço para vários aspetos da performance que estão a demonstrar, quer individualmente, quer em equipa, apresentando sugestões construtivas: “presta atenção aos joelhos da pessoa à tua frente”; “abre o peito e mantém os ombros fortes e flexíveis”.

Em suma, o coaching serve de veículo para que uma pessoa ou um grupo se possa deslocar desde o lugar ou estado atual até ao lugar ou estado desejado, através do percurso mais eficiente e eficaz possível. Para realizar esta jornada, devem ser identificados e colocados em prática os principais recursos, já as dificuldades e interferências devem ser devidamente reconhecidas e tratadas. Podemos resumir o processo básico de coaching no seguinte diagrama.

Coaching Generativo- a arte da mudança criativa


Coaching com “C” maiúsculo e “c” minúsculo


Historicamente, o coaching está focado em alcançar a melhoria e o desenvolvimento de um comportamento específico com impacto na performance.  Um coach eficaz deste tipo (tal como um “coach de voz”, um “coach de atuação” ou um “coach de pitch”) observa o comportamento de uma pessoa e apresenta sugestões e orientações que a ajudam a melhorar o seu desempenho em situações e contextos específicos. Este processo inclui a promoção do desenvolvimento das competências comportamentais dessa pessoa, através de observação e feedback cuidadoso.

No entanto, o coaching que promove a mudança generativa precisa dar suporte a vários níveis diferentes: comportamentos, competências, crenças, valores e até mesmo identidade.

Referimo-nos a este tipo de coaching como Coaching com "C" maiúsculo (ver “From Coach to Awakener”, R. Dilts, 2003).

Por sua vez, o coaching com "c" minúsculo foca-se essencialmente no comportamento e refere-se ao processo de ajudar outra pessoa a alcançar ou melhorar um determinado comportamento específico com impacto na sua performance. Métodos de coaching com "c" minúsculo derivam essencialmente de um modelo desportivo de treino que promove a perceção consciente dos recursos, ferramentas e capacidades disponíveis, bem como promove o desenvolvimento consciente de competências.

O Coaching com "C" maiúsculo ou Coaching Generativo, ajuda as pessoas a alcançarem resultados efetivos e em diferentes níveis. Enfatiza a mudança generativa (capaz de gerar, criar, faz nascer ou realizar algo novo) e trabalha no sentindo de fortalecer a identidade e os valores, trazendo os sonhos e os objetivos para a realidade. Isto surge associado às habilidades do coaching com “c” minúsculo, mas vai muito mais além.

Em suma, podemos afirmar que o Coaching Generativo é uma forma de Coaching com "C" maiúsculo, que ao invés de se focar numa categoria específica de comportamentos, coloca o nosso foco na seguinte pergunta: "O que é aquilo que mais deseja criar na sua vida?

Formação de coach profissional Level 2 – PCC (anterior ACTP)
Capacitar coaches profissionais para o nível PCC

Robert Dilts, conceituado investigador, professor, orador, consultor e autor do internacionalmente aclamado “Volume I de Programação Neurolinguística”, vai estar em Portugal pela primeira vez no âmbito do curso de formação Coaching Generativo, que decorre na CEGOC de 27 de fevereiro a 1 de março de 2019.*

* Este artigo foi originalmente publicado no site da revista Exame.

Copyright © 2018 por Robert B. Dilts e Stephen Gilligan.
Direitos reservados. Toda a informação contida aqui é propriedade exclusiva de Robert Dilts e Stephen Gilligan.  Este artigo (ou partes dele) não pode ser reproduzido sem a autorização escrita dos autores.

Escrito por

Alina Oliveira

Autora do livro “ Resiliência para Principiantes” – ed. Sílabo, 2010.Sou formadora e consultora nas áreas da gestão e liderança de equipas, resiliência, comunicação e gestão de conflitos, gestão do tempo, resolução de problemas, relações cliente/fornecedor.Um dos temas que mais me apaixona é a Resiliência, o que me levou a escrever um livro sobre essa temática: “Resiliência para Principiantes”.
Saiba mais
newsletter image

Receba as nossas newsletters

Fique a par de todas as novidades que temos para si!

Subscreva aqui!

De um modo geral, o coaching é um processo que ajuda as pessoas e as próprias equipas a desenvolverem ao máximo as suas competências. Trabalha os pontos fortes das pessoas, ajudando-as a ultrapassar barreiras e limites individuais, de forma a fazer emergir o melhor de cada indivíduo e facilitar o seu desempenho mais eficaz enquanto membro de uma equipa. Neste contexto, um coaching eficaz exige ênfase tanto nas tarefas como no relacionamento.

O coaching valoriza a mudança generativa e concentra-se em definir e alcançar objetivos específicos. As metodologias do coaching são direcionadas para a obtenção de resultados e não para a resolução de problemas. Tendem ainda a ser bastante focadas em soluções e na promoção do desenvolvimento de novas estratégias para pensar e agir em oposição ao tentar resolver questões e conflitos passados. Por outro lado, a resolução de problemas ou a mudança corretiva estão mais associadas à terapia e ao aconselhamento.

Formação de coach profissional Level 1 – ACC (anterior ACSTH)
Conceitos, ferramentas e técnicas de Coaching executivo para ser coach profissional e poder obter a credencial ACC

Curiosamente, o termo “coach” provém do nome de uma pequena aldeia húngara, Kocs, localizada entre Viena e Budapeste, conhecida pela construção de vagões, carroças e carruagens.


Estas duas grandes cidades precisavam de veículos rápidos e bem construídos, capazes de transportar mais de duas pessoas pelas estradas acidentadas e cheias de buracos da altura, com o máximo de conforto possível. Uma das melhores carruagens puxadas por cavalos – composta por um vagão de passageiros leve, e razoavelmente confortável, com quatro rodas e suspensão de correia – foi apelidada de kocsi szekér, que significa “Carruagem de Kocs”. Este meio de transporte era tão compacto, elegante e robusto que o design depressa se espalhou a vários países da Europa nos séculos XV e XVI. Os vieneses chamaram ao veículo “Kutsche”. Os franceses “coche”. Em Roma, foi apelidado de “cocchio”. Posteriormente, em Inglaterra, foi chamado de “coach”.

Desta forma, a palavra “coach” significava originalmente “vagão ou carruagem”, significado que perdura até aos dias de hoje, associado a viagens de comboio ou avião. Um “coach” é literalmente um veículo que transporta uma pessoa ou um grupo de pessoas de um local inicial para um local desejado.

A ideia de coaching aplicada à vertente educacional deriva do conceito de que alguém, como um tutor ou formador, “conduz” ou “transporta” o aprendiz ou formando através dos seus desafios. Um coach educacional é, portanto, definido como um “tutor particular”, “alguém que instrui, forma ou treina um indivíduo ou uma equipa” ou “alguém que instrui os jogadores nos fundamentos de um desporto competitivo e dirige a estratégia da equipa”. Posto isto, o processo de ser coach é definido como “formar e treinar alguém intensamente, quer através de instrução como de demonstração”.

No caso do desporto, o coach ou treinador, acompanha e observa os atletas enquanto estes praticam, dando-lhes motivação, incentivo e feedback para que consigam alcançar os maiores níveis de performance possível.


No que diz respeito a um coach de remo, por exemplo, este acompanha os atletas dentro de um barco. Para além de observar os remadores, direciona o seu esforço para vários aspetos da performance que estão a demonstrar, quer individualmente, quer em equipa, apresentando sugestões construtivas: “presta atenção aos joelhos da pessoa à tua frente”; “abre o peito e mantém os ombros fortes e flexíveis”.

Em suma, o coaching serve de veículo para que uma pessoa ou um grupo se possa deslocar desde o lugar ou estado atual até ao lugar ou estado desejado, através do percurso mais eficiente e eficaz possível. Para realizar esta jornada, devem ser identificados e colocados em prática os principais recursos, já as dificuldades e interferências devem ser devidamente reconhecidas e tratadas. Podemos resumir o processo básico de coaching no seguinte diagrama.

Coaching Generativo- a arte da mudança criativa


Coaching com “C” maiúsculo e “c” minúsculo


Historicamente, o coaching está focado em alcançar a melhoria e o desenvolvimento de um comportamento específico com impacto na performance.  Um coach eficaz deste tipo (tal como um “coach de voz”, um “coach de atuação” ou um “coach de pitch”) observa o comportamento de uma pessoa e apresenta sugestões e orientações que a ajudam a melhorar o seu desempenho em situações e contextos específicos. Este processo inclui a promoção do desenvolvimento das competências comportamentais dessa pessoa, através de observação e feedback cuidadoso.

No entanto, o coaching que promove a mudança generativa precisa dar suporte a vários níveis diferentes: comportamentos, competências, crenças, valores e até mesmo identidade.

Referimo-nos a este tipo de coaching como Coaching com "C" maiúsculo (ver “From Coach to Awakener”, R. Dilts, 2003).

Por sua vez, o coaching com "c" minúsculo foca-se essencialmente no comportamento e refere-se ao processo de ajudar outra pessoa a alcançar ou melhorar um determinado comportamento específico com impacto na sua performance. Métodos de coaching com "c" minúsculo derivam essencialmente de um modelo desportivo de treino que promove a perceção consciente dos recursos, ferramentas e capacidades disponíveis, bem como promove o desenvolvimento consciente de competências.

O Coaching com "C" maiúsculo ou Coaching Generativo, ajuda as pessoas a alcançarem resultados efetivos e em diferentes níveis. Enfatiza a mudança generativa (capaz de gerar, criar, faz nascer ou realizar algo novo) e trabalha no sentindo de fortalecer a identidade e os valores, trazendo os sonhos e os objetivos para a realidade. Isto surge associado às habilidades do coaching com “c” minúsculo, mas vai muito mais além.

Em suma, podemos afirmar que o Coaching Generativo é uma forma de Coaching com "C" maiúsculo, que ao invés de se focar numa categoria específica de comportamentos, coloca o nosso foco na seguinte pergunta: "O que é aquilo que mais deseja criar na sua vida?

Formação de coach profissional Level 2 – PCC (anterior ACTP)
Capacitar coaches profissionais para o nível PCC

Robert Dilts, conceituado investigador, professor, orador, consultor e autor do internacionalmente aclamado “Volume I de Programação Neurolinguística”, vai estar em Portugal pela primeira vez no âmbito do curso de formação Coaching Generativo, que decorre na CEGOC de 27 de fevereiro a 1 de março de 2019.*

* Este artigo foi originalmente publicado no site da revista Exame.

Copyright © 2018 por Robert B. Dilts e Stephen Gilligan.
Direitos reservados. Toda a informação contida aqui é propriedade exclusiva de Robert Dilts e Stephen Gilligan.  Este artigo (ou partes dele) não pode ser reproduzido sem a autorização escrita dos autores.

Escrito por

Alina Oliveira

Autora do livro “ Resiliência para Principiantes” – ed. Sílabo, 2010.Sou formadora e consultora nas áreas da gestão e liderança de equipas, resiliência, comunicação e gestão de conflitos, gestão do tempo, resolução de problemas, relações cliente/fornecedor.Um dos temas que mais me apaixona é a Resiliência, o que me levou a escrever um livro sobre essa temática: “Resiliência para Principiantes”.
Saiba mais
newsletter image

Receba as nossas newsletters

Fique a par de todas as novidades que temos para si!

Subscreva aqui!