Dificuldades de escuta

Alina OliveiraConsultora, Formadora e Coach
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“O que fala semeia; o que escuta recolhe.”- Pitágoras

 

Saber escutar é uma arte. E, como muitas artes, requer investimento pessoal para ser desenvolvida e aperfeiçoada.

A escuta assertiva é fundamental para estabelecer relações interpessoais baseadas na confiança, demonstrando aos outros que são valorizados e respeitados.

Muitas pessoas constatam ter dificuldade em escutar ativamente os seus interlocutores, quer em situações profissionais, quer no âmbito da sua vida pessoal.

 

A existência de ruído prejudica a boa escuta

No canal de comunicação, o ruído é um elemento caracterizado por tudo aquilo que perturba a perfeita captação da mensagem, por exemplo:

  • A existência de pré-conceitos ou pré-juízos relativamente ao emissor ou à mensagem;
  • A credibilidade atribuída ao emissor;
  • Experiências / quadros de referência diferentes;
    • Interesses e/ou motivações díspares;
    • Diferenças de interpretação dos conceitos utilizados, não afirmadas;
    • Suposições, deduções e estereótipos, não explicitados;
  • O estado físico-psicológico-emocional do recetor, gerando indisponibilidade e dispersão da atenção;
  • A complexidade (tecnologização) dos canais de comunicação utilizados;
  • Fatores ambientais adversos que provocam barulho, dificultando as condições de audição.

 

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Existem sinais que podem revelar a insuficiência ou inexistência da escuta?

As falhas de escuta podem apresentar vários graus, sendo assim mais ou menos penalizadoras na relação interpessoal. Desde o virar costas e não olhar para a pessoa que nos fala, até à alteração do sentido e significado do que o emissor transmitiu, a relação com a outra pessoa pode ficar cortada ou apenas gerar uma dose de desentendimento que se restaura após clarificação mútua.

Quando não estamos a escutar completamente a outra pessoa, adotamos comportamentos que podem ser reveladores, quer para o nosso interlocutor, quer para nós próprios (neste caso, funcionam como “sinais de alerta” aos quais podemos estar mais atentos).

 

Já lhe aconteceu…

  • Interromper a pessoa a meio de uma frase – será que já está a preparar a resposta que vai dar a seguir?, ou será que está impaciente para fazer algo que considera mais importante?
  • Deturpar o que a outra pessoa disse e afirmar com veemência “Ouvi muito bem o que disse(ste)!
  • Escutar o início da frase e desligar a atenção a seguir, porque “já sabe o que a outra pessoa vai dizer! É sempre o mesmo!!!
  • Ficar à espera do “primeiro deslize” para intervir e desvalorizar o que ouviu, porque “sabe mais do assunto do que ele(a)!”.
  • Sorrir, ironicamente, mostrando menosprezo – estará a atribuir à outra pessoa incompetência para se pronunciar sobre o assunto?
  • Continuar o seu trabalho, sem olhar para a pessoa e vai dizendo “Sim, sim”, Hã, hã!”, “Pois…!”
  • Falar a maior parte do tempo e/ou alto demais, não dando oportunidade a que o(s) outro(s) se expresse(m).
  • Tamborilar com os dedos, olhar o relógio, ou o telemóvel, de forma ostensiva e frequente, mostrando a impaciência que sente.
  • Utilizar linguagem não-verbal explicitamente negativa, retirando a vontade ao outro de continuar a falar.

A postura assumida, a linguagem corporal e o tom de voz utilizados têm um forte impacto e podem ser barreiras à comunicação, alterando os objetivos do emissor da mensagem.

Escrito por

Alina Oliveira

Autora do livro “ Resiliência para Principiantes” – ed. Sílabo, 2010.Sou formadora e consultora nas áreas da gestão e liderança de equipas, resiliência, comunicação e gestão de conflitos, gestão do tempo, resolução de problemas, relações cliente/fornecedor.Um dos temas que mais me apaixona é a Resiliência, o que me levou a escrever um livro sobre essa temática: “Resiliência para Principiantes”.
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