DICIONÁ(RH)IO - Novos vocabulários em Recursos Humanos

Maria João CeitilManaging Director FranklinCovey PT | Head of Integrated Solutions Cegoc

Já reparou que nem a linguagem em RH é mais “o que era antes”? A gestão de pessoas está tão diferente, tanta coisa mudou nos últimos anos, que nem as tradicionais expressões como “atração de talento”, “retenção de talento”, “processos de mobilidade”, ou mesmo os “níveis de proficiência” fazem sentido no vocabulário atual dos dias de hoje.

Se para si estas são ainda expressões que usa no seu dia a dia temos a informar… está na hora de mudar! Pode muito bem ser sinal que o seu RH precisa de se renovar, atualizar e reformular… e talvez a cultura e o mindset da sua organização… quiçá?

Se por outro lado as expressões engagement, employee experience, performance, feedback, agile, upskilling, reskilling, employer branding (entre outras) são as palavras mais usadas no seu RH parabéns!! Certamente que pelo menos dentro da moda estão!

Mas o que aconteceu aqui? Será que os RH se “inglesaram”? Será que decidimos usar expressões “fashion” (mais inglesismos…) para trazer um ar mais moderno às mesmas práticas antigas de gestão de pessoas? Parece que não… não estamos apenas a modernizar as palavras, ou a querer dar um ar mais sexy à GRH…estamos mesmo mais sexys! Mas também mais eficazes, também mais humanizados, também mais digitais e também mais próximos… muito mais!

Mas não basta mudarmos o léxico, precisamos de mudar o conteúdo do que fazemos, e a forma como o fazemos. E para isso, deixamos aqui algumas ideias principais sobre o que representam algumas destas novas palavras no novo modelo de atuação GRH.

Agile

Começamos pela palavra “viral” do momento! Aparece em todo o lado, não apenas na GRH, e parece ser o “mantra” dos dias de hoje. Precisamos de desenvolver a agilidade nas organizações, precisamos de ser ágeis, precisamos de implementar metodologias ágeis, precisamos de pensar ágil.

Mas afinal o que é ser ágil?

Nada de complicar… ser ágil, ou pensar, ou fazer ágil não é mais do que aplicar 4 princípios no nosso modo de atuação: união, transparência, simplicidade e adaptabilidade.

Ser ágil é quebrar estereotipos, é focar no resultado final, na satisfação do cliente (seja externo ou interno), e não ficar agarrado ao processo, mas usar o processo para atingir o objetivo. Se o processo não dá resposta que se mude o processo, mas não se mude o resultado. Simples assim…

Engagement

Tantos anos que vivemos habituados à palavra motivação e agora trocam-nos as voltas e vem o “engagement”!

Não lutamos nós, profissionais de RH, por promover a motivação das pessoas e ter elevados níveis de motivação nas equipas, há anos e anos? Sim, é verdade que o fazemos, e temos feito bem!

Mas também sabemos a quantidade de variáveis internas e externas que afetam a motivação e o quanto é difícil (até quase impossível), mantê-la constante e a longo prazo. É este o motivo pelo qual substituímos a motivação pelo engagement.

Falar em engagement é falar em algo mais profundo, mais intrínseco, e muito menos oscilante do que a motivação. É o compromisso fundo que nos une a propósitos, a missões, e às coisas que fazemos.

Falar em engagement, promover o engagement, e desenvolver ações especificas para o engagement é precisamente aquilo que leva a que, mesmo que os níveis de motivação possam estar baixos, tenhamos a certeza de que as nossas pessoas continuarão a dar o seu melhor!

Employee Experience

Uau… esta é uma das minhas preferidas! É aquela que veio fazer com que deixemos de estar focados na “burocratização” da gestão de pessoas, também conhecida por gestão de talentos (sim…os talentos são todas as pessoas!). Esta expressão faz toda a diferença!

Leva-nos a deixar de pensar nos processos de promoção, progressão, mobilidade, como se se tratasse da aplicação de um algoritmo matemático que nos diz se a pessoa deve ou não evoluir.

Esta expressão traz todo um novo universo de significado à gestão de carreiras. Deixemos de estar preocupados com as regras procedimentais e passemos a dar atenção às experiências reais que proporcionamos às pessoas, a nível intelectual, social, tecnológico, físico e emocional.

Porque as pessoas não são máquinas…e porque tudo o que levamos da vida são as experiências que vivemos!


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Escrito por

Maria João Ceitil

Detentora de uma vasta experiência como Consultora e Formadora nos domínios de Gestão de Recursos Humanos, Gestão da Performance Organizacional e Executive Coach.

Ao nível da formação superior, possui um Mestrado Integrado em Psicologia Clínica pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), um Mestrado em Gestão do Potencial Humano pelo Instituto Superior de Gestão (ISEG) e uma Pós-Graduação em Gestão dos Recursos Humanos, na Perspectiva da Gestão com as Pessoas, pela Universidade Lusófona.

Possui também diversas certificações e formações, nomeadamente a Certificação em Executive Coaching pela Escola Europeia de Coaching de Lisboa, a certificação em Dynamic Coaching pela Go4 Consulting e a Formação Pedagógica Inicial de Formadores pela CEGOC.

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