Soluções laterais para problemas centrais
Soluções laterais para problemas centrais
O conceito de pensamento lateral que vem do livro de Edward de Bono “Lateral Thinking – Creativity step by step” sempre me fascinou e quando uma sumidade como o Steve Jobs no seu afamado discurso na Universidade de Stanford apelava às virtudes do “link the dots” a propósito das suas aulas de caligrafia cujos ensinamentos foram anos mais tarde aplicados aos seus computadores Macintosh e hoje generalizados em todos, tudo se tornou mais claro sobre as potencialidades desta forma de encontrar soluções em realidades muito diferentes.
Hoje quero-vos contar duas histórias, uma mais antiga que li e me inspirou a contar outra que mais uma vez enfatiza o perfil da liderança no retalho. A primeira história remonta ao século III a.C. e é bem conhecida na medida em que foi graças a esta história que ainda hoje utilizamos a expressão Eureka para descobertas inesperadas e fabulosas. Neste tempo, foi oferecida uma coroa de ouro ao tirano de Siracusa mas este estava desconfiado de que o ourives o poderia ter enganado não tendo utilizado ouro maciço na mesma. Assim encomendou a Arquimedes, famoso matemático e inventor de vários engenhos mecânicos que encontrasse uma solução que lhe retirasse as dúvidas.
Arquimedes andou dias angustiado pois não sabia como o poderia fazer sem deformar a coroa e sabia que não agradar ao tirano não era uma solução que quisesse equacionar. Arquimedes conhecia os pesos específicos do ouro e da prata mas não conhecendo o volume da coroa não conseguia depreender se esta teria o peso suficiente. Como descobrir, sem danificar o objeto, se o seu interior continha uma parte feita com mistura de prata?
Concentrado e focado neste problema que lhe tirava o sono, Arquimedes decidiu ir tomar um banho e ao entrar na água observou que o nível da água se elevava ao entrar nela e lembrou-se que esta quantidade de água que se elevava na banheira, ao submergir, era equivalente ao volume de seu próprio corpo. Ali parecia estar então a chave para a resolução do seu problema e poder responder ao tirano. Descobrira a solução, o volume da água deslocada era igual ao do objeto imergido. No entusiasmo da sua descoberta, Arquimedes gritou: Eureca! ("Achei!").
Ora, se é verdade que quando estamos absortos com um problema a probabilidade de o resolvermos no decorrer das nossas atividades diárias e quotidianas é maior, também é interessante sabermos que tudo o que aprendemos pode um dia ter uma aplicação numa área muito diferente e solucionar um problema que à data ainda não conhecemos por esta via divergente e lateral de solução para o desafio.
Esta história transposta para o mundo do retalho traz-me uma história mais actual: na logística o engenho e a arte andam de mãos dadas, porque os estudos de investigação operacional baseados em algoritmos complexos são cruciais, mas o espírito prático, focado no encontro de soluções pragmáticas que melhorem o dia-a-dia de todos, é essencial para uma boa operação. E ás vezes com laivos interessantes de criatividade. Conhecem as paletes? Sabem que em grandes operações logísticas estas podem ser muito altas e pesadas? Sabem que há formas optimizadas de arrumar os produtos de acordo com o seu peso, mas também quase num exercício de geometrias de encaixe perfeito? Sabem como é que se optimizaram a colocação de produtos nas paletes sem ter de ser campeão no jogo do tetris?
Simples, alguém se lembrou que aquele papel transparente que utilizamos para fechar as covetes de carne, poderia ser utilizado á volta das paletes elevadas de produtos para assegurar que estas não se desagregavam com a consequente danificação de todos os produtos.
É assim o pensamento lateral na liderança no retalho!
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Hoje quero-vos contar duas histórias, uma mais antiga que li e me inspirou a contar outra que mais uma vez enfatiza o perfil da liderança no retalho. A primeira história remonta ao século III a.C. e é bem conhecida na medida em que foi graças a esta história que ainda hoje utilizamos a expressão Eureka para descobertas inesperadas e fabulosas. Neste tempo, foi oferecida uma coroa de ouro ao tirano de Siracusa mas este estava desconfiado de que o ourives o poderia ter enganado não tendo utilizado ouro maciço na mesma. Assim encomendou a Arquimedes, famoso matemático e inventor de vários engenhos mecânicos que encontrasse uma solução que lhe retirasse as dúvidas.
Arquimedes andou dias angustiado pois não sabia como o poderia fazer sem deformar a coroa e sabia que não agradar ao tirano não era uma solução que quisesse equacionar. Arquimedes conhecia os pesos específicos do ouro e da prata mas não conhecendo o volume da coroa não conseguia depreender se esta teria o peso suficiente. Como descobrir, sem danificar o objeto, se o seu interior continha uma parte feita com mistura de prata?
Concentrado e focado neste problema que lhe tirava o sono, Arquimedes decidiu ir tomar um banho e ao entrar na água observou que o nível da água se elevava ao entrar nela e lembrou-se que esta quantidade de água que se elevava na banheira, ao submergir, era equivalente ao volume de seu próprio corpo. Ali parecia estar então a chave para a resolução do seu problema e poder responder ao tirano. Descobrira a solução, o volume da água deslocada era igual ao do objeto imergido. No entusiasmo da sua descoberta, Arquimedes gritou: Eureca! ("Achei!").
Ora, se é verdade que quando estamos absortos com um problema a probabilidade de o resolvermos no decorrer das nossas atividades diárias e quotidianas é maior, também é interessante sabermos que tudo o que aprendemos pode um dia ter uma aplicação numa área muito diferente e solucionar um problema que à data ainda não conhecemos por esta via divergente e lateral de solução para o desafio.
Esta história transposta para o mundo do retalho traz-me uma história mais actual: na logística o engenho e a arte andam de mãos dadas, porque os estudos de investigação operacional baseados em algoritmos complexos são cruciais, mas o espírito prático, focado no encontro de soluções pragmáticas que melhorem o dia-a-dia de todos, é essencial para uma boa operação. E ás vezes com laivos interessantes de criatividade. Conhecem as paletes? Sabem que em grandes operações logísticas estas podem ser muito altas e pesadas? Sabem que há formas optimizadas de arrumar os produtos de acordo com o seu peso, mas também quase num exercício de geometrias de encaixe perfeito? Sabem como é que se optimizaram a colocação de produtos nas paletes sem ter de ser campeão no jogo do tetris?
Simples, alguém se lembrou que aquele papel transparente que utilizamos para fechar as covetes de carne, poderia ser utilizado á volta das paletes elevadas de produtos para assegurar que estas não se desagregavam com a consequente danificação de todos os produtos.
É assim o pensamento lateral na liderança no retalho!