Liderança e Saúde Mental: O Papel Crucial dos Líderes no Bem-Estar das Equipas

Ana HonradoÁrea de Change & Transformation da Cegoc

Nos últimos anos, a saúde mental tem se tornado uma prioridade cada vez maior nas organizações. O papel dos líderes na promoção do bem-estar mental dos colaboradores é fundamental para criar um ambiente de trabalho saudável e produtivo.

Este artigo explora a relação entre liderança e saúde mental, evidenciando como líderes eficazes podem influenciar positivamente o estado mental de suas equipas.

Mais do que nunca se fala de saúde mental e da sua importância nos diferentes contextos, nomeadamente no ambiente de trabalho.  Sabemos que a saúde mental afeta diretamente o desempenho, a satisfação e a retenção dos colaboradores. Sabemos que o stress, a ansiedade e o burnout são problemas comuns que podem prejudicar a produtividade e levar a altos índices de rotatividade. A criação de um ambiente de trabalho que priorize o bem-estar mental é, portanto, essencial para o sucesso a longo prazo de qualquer organização.

Mas se esta é uma realidade, não nos podemos esquecer que as organizações ainda vivem alguns desafios. A verdade é que ainda vivemos em muitas culturas organizacionais o estigma da saúde mental, o que pode dificultar uma comunicação mais aberta dentro das empresas. Os recursos são limitados, e nem todas as empresas têm os recursos necessários para implementar programas abrangentes de saúde mental. E não nos podemos esquecer da pressão cada vez maior que as organizações têm para atingir resultados, o que pode entrar em conflito com a necessidade de priorizar o bem-estar mental.

As 6 Práticas Críticas da Liderança de Equipas
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Portanto, é nesta realidade que os nossos líderes existem e nela têm de fazer a diferença, pois uma coisa é certa, os líderes têm um impacto significativo na saúde mental das equipas, uma vez que são responsáveis por criar uma cultura organizacional que apoie o bem-estar dos colaboradores. E é neste contexto que queremos reforçar alguns dos comportamentos que o líder deve adotar, que demonstrem compromisso com a saúde mental e física da equipa.

Destacamos aqui alguns comportamentos essenciais:

Ter uma Comunicação Aberta e Transparente

Estabelecer um diálogo contínuo, assente numa cultura de comunicação aberta, onde os colaboradores se sintam seguros para expressar as suas ideias e preocupações, sem medo de represálias. Ao mesmo tempo, mostrar um genuíno interesse por aquilo que é partilhado, validando as suas experiências e mostrando que as suas vozes são importantes.

Praticar Empatia e Humanizar a Liderança

Mostrar compreensão e apoio, procurando entender as necessidades e desafios individuais dos colaboradores, oferecendo suporte quando necessário, como flexibilidade em horários ou ajuda em momentos difíceis. Paralelamente, ser acessível e mostrar vulnerabilidade, pode ajudar a criar um ambiente onde as pessoas se sintam mais ligadas e apoiadas, por uma maior identificação com os seus líderes como pessoas.

Feedback Constante

Manter uma prática regular de feedback positivo e construtivo para ajudar os colaboradores a sentirem-se valorizados e apoiados.

Ser um Exemplo Pessoal

Como líder, é preciso ter consciência dos próprios comportamentos e refletir se estes são exemplo de comportamentos saudáveis de como manter um equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, para inspirar as equipas a fazerem o mesmo. Ser promotor deste equilíbrio é por exemplo, saber definir limites claros para o trabalho, como horários de trabalho e tempo para descanso, respeitando o tempo livre dos colaboradores.

Flexibilidade e Autonomia

Possibilitar horários de trabalho flexíveis, permitindo, sempre que possível, que os colaboradores ajustem os seus horários, de modo a equilibrarem melhor as suas responsabilidades pessoais e profissionais. Sabemos que dar autonomia pode reduzir o stress e aumentar a satisfação no trabalho.

Formação e desenvolvimento de competências

Oferecer acesso a formação sobre gestão de stress e recursos de saúde mental para ajudar a capacitar os colaboradores a encontrarem estratégias que os ajudem a cuidar melhor de si mesmos.

Reconhecimento e Apoio

Reconhecer sinais de desgaste e oferecer apoio de forma proativa pode ajudar tanto os líderes como os colaboradores a gerir melhor estas situações.

Leader of the future
Transforme-se hoje no líder do amanhã

Assim, num mundo onde o ritmo acelerado e as pressões do trabalho estão cada vez mais intensos, a saúde mental dos colaboradores tornou-se uma prioridade inegável. Líderes que reconhecem a importância do bem-estar mental não contribuem apenas para a felicidade e a satisfação das suas equipas, mas também impulsionam a produtividade e a inovação dentro das organizações. A saúde mental no local de trabalho não é apenas uma responsabilidade individual, mas uma componente essencial da liderança eficaz. Ao adotar práticas de liderança empática, promover uma comunicação aberta, e oferecer suporte genuíno, os líderes podem criar uma cultura organizacional onde as pessoas se sentem valorizadas e apoiadas, o que por sua vez, cria um ambiente de trabalho mais saudável, resiliente e preparado para enfrentar desafios futuros.

A saúde mental não é apenas uma questão de responsabilidade corporativa, mas também um investimento estratégico no capital humano, que é o maior ativo de qualquer organização.

Escrito por

Ana Honrado

Com mais de uma década de experiência em consultoria de RH e coaching, Ana é uma profissional distinta no campo da Psicologia Clínica e Gestão de Recursos Humanos. Formada em Psicologia Clínica pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada e com um Mestrado em Psicologia da Saúde pelo mesmo instituto, tem aprofundado o seu conhecimento e prática em áreas críticas de desenvolvimento humano e organizacional.

 Desde 2008, lidera projetos de formação, desenvolvimento e coaching, ajudando a moldar as estratégias de RH de várias empresas reconhecidas a nível nacional e internacional. É especialista em Formação Comportamental, incluindo liderança, motivação, trabalho em equipa, gestão de emoções, stress e conflitos. Estas competências permitem-lhe implementar programas eficazes que promovem a excelência e o bem-estar nas organizações.

É também certificada em Coaching pela Federação Internacional de Coaching (ICF) e possui um Certificado de Competências Pedagógicas (CCP), o que reforça seu compromisso com práticas de ensino e desenvolvimento profissional de alto padrão.

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