As 7 competências-chave do líder do futuro
A maioria das organizações de sucesso, independentemente da sua dimensão, sofisticação de processos ou maturidade, já percebeu que um sólido modelo de liderança não surge naturalmente ou do acaso: requer foco, persistência e competências específicas que precisam de ser desenvolvidas e suportadas ao longo do tempo, de modo a assegurar o alinhamento do propósito das equipas com o propósito organizacional e proporcionar as condições para que cada colaborador se sinta um elemento valorizado, de uma equipa vencedora, a desempenhar uma função com significado, num ambiente de confiança.
Deste modo criam-se as condições para que as equipas e as pessoas encarem a organização como um espaço de realização profissional e pessoal, em que mais do que obedecer a ordens, desempenhar uma função ou conjunto de tarefas, cada um encontra o espaço para o exercício da liderança no seu círculo de influência, de forma autónoma e dando o seu contributo único para o crescimento e desenvolvimento da organização.
Para que este tipo de liderança passe a fazer parte da cultura da organização identificamos 7 competências-chave do líder do futuro:
1. Agilidade
O líder deve ser capaz de desenvolver uma estratégia em contexto de incerteza, ler o meio envolvente, perspetivar o impacto da mudança no negócio e nos públicos a quem veicula valor e orientar as equipas num sentido que lhes permita a todo o momento compreender qual é o seu papel e contributo para a estratégia e propósito da organização, a curto, médio e longo prazo.
2. Autenticidade
À medida que a Inteligência Artificial (IA) se instala no local de trabalho e os algoritmos vão ocupando o espaço das pessoas, caraterísticas estritamente humanas como a credibilidade, responsabilidade, a transparência e a honestidade serão cada vez mais elementos que farão a diferença na capacidade de obter o melhor de cada membro da equipa. Caberá aos líderes construir a consistência e o equilíbrio entre os seus pensamentos, emoções e comportamentos.
3. Neuroliderança
O líder deve conhecer e compreender os mecanismos neurológicos que estão na base da aprendizagem, da motivação e do foco, de modo a ser capaz de valorizar o que cada um tem de único, de promover o crescimento e de construir um ambiente de confiança e cooperação nas equipas e em toda a organização.
4. Adaptabilidade
Ao líder exige-se a capacidade de adaptação ao talento, níveis de competência e de autonomia específicos dos membros da sua equipa, por forma a retirar o máximo partido da diversidade e a atingir juntos, resultados que não seria possível alcançar individualmente
5. Humanização
Os líderes mais eficazes saberão encontrar o tempo e o espaço para colocar a tecnologia e a IA ao serviço do talento e criatividade das pessoas e da organização e não o contrário.
6. Humildade
Quando os líderes não reconhecem a experiência, talento e criatividade daqueles com quem trabalham, castram o potencial de crescimento e de aprendizagem e restringem a capacidade das equipas aos limites da sua própria competência. No livro “Multipliers – How the best leaders make everyone smarter”, Liz Wiseman explica de que modo os líderes mais capazes acreditam na capacidade de superação de cada colaborador e dão tempo, espaço e suporte à manifestação do talento, ao crescimento e à aprendizagem.
7. Inovação
Os líderes devem desenvolver nos seus colaboradores a competência de formular de forma clara os desafios e o fim em mente dos clientes que servem. A compreensão do fim em mente e das circunstâncias específicas e obstáculos que cada cliente enfrenta, abrem o espaço para a inovação. Cabe ao líder promover a autonomia e a criatividade dos seus seguidores, incentivando-os a pensar por si próprios, a assumirem riscos e a experimentarem novas ideias e novas formas de fazer as coisas, ao serviço dos seus clientes, internos e externos.
No contexto de mudança em que vivemos, a competitividade das organizações está em grande medida dependente da capacidade dos seus líderes para criar um meio nutritivo para o crescimento, aprendizagem, inovação e comprometimento das equipas com o propósito da organização.
*Este artigo foi publicado originalmente na revista Pessoas.