IA e o início do fim da atividade do formador
Que a IA é o futuro, ou melhor o nosso presente – interagimos sem darmos conta disso e de forma permanente com vários tipos de tecnologia movida a IA – já não restam dúvidas! Mas a possibilidade desta tecnologia acabar por substituir, no domínio da sua atividade os formadores, continua a ser um tema envolto em muita incerteza, dúvida e alguns receios…
Estará a Inteligência Artificial (IA) contra nós? A IA vai acabar por substituir o formador? É esta uma atividade com os dias contados?
Antes de avançarmos, é importante caracterizar o tipo de IA da qual estamos a falar. Ora, neste âmbito, falamos de Inteligência Artificial Geral (AGI), ou seja, aquela que simula o raciocínio humano com tanta perfeição, que é capaz de compreender um determinado contexto e desenvolver o seu próprio raciocínio.
Não me parece difícil compreender o receio provocado pela possibilidade de a IA vir a ser uma alternativa ao formador… Basta lembrar algumas previsões aparentemente “catastróficas”, como a da Gartner, que sugere que mais de um terço dos empregos existentes em todo o mundo poderão ser substituídos por algoritmos, robôs e tecnologia de IA até 2025.
Porém, na CEGOC acreditamos que o avanço da tecnologia vem tornar decisiva e fundamental a interação humana no que diz respeito ao desenvolvimento de competências. A tecnologia representa uma ferramenta para nós, seres humanos, mas o inverso não é uma verdade. Assim, cabe-nos ajudar a desmistificar a ideia de que a IA vai acabar simplesmente por substituir o formador. Mais do que uma rivalidade, falamos de uma verdadeira simbiose entre humanos e máquinas que vai permitir a transformação da experiência de aprendizagem e a libertação do potencial criativo e inovador humano – já que caberá à tecnologia a realização das tarefas mais burocráticas, repetitivas e mecanizadas (aquelas que SIM poderão vir a desaparecer para darem lugar a outras muito mais dignificantes para o ser humano!).
Num futuro próximo, a IA vai ajudar os formadores a compreenderem os formandos de forma ainda mais pormenorizada, facilitando assim o seu papel na conceção e desenvolvimento de percursos de aprendizagem verdadeiramente adaptados e “à medida” de cada indivíduo. A IA poderá fornecer recomendações precisas sobre cada formando ou grupo de formandos e libertar o formador de tarefas que não possuem valor acrescentado para a formação.
A IA será especialmente relevante para:
- Compreender necessidades ao nível de desenvolvimento de competências, por exemplo, através da análise textual de especificações;
- Otimizar conteúdos de formação, a IA será capaz de identificar o conteúdo de formação mais apropriado, entre diferentes recursos de aprendizagem, e selecionar a versão mais eficaz para as aprendizagens a efetivar;
- Repensar as metodologias formativas, a IA poderá selecionar conteúdo a partir de um especialista e transformá-lo num recurso de formação, que para o objetivo para o qual foi pensado, não exigirá a intervenção humana.
A IA é assim um enorme acelerador de inovação para a aprendizagem. O seu propósito passa não só por ajudar os formadores a melhorarem o apoio prestado no âmbito dos seus percursos de aprendizagem e desenvolvimento, como também, por ajudar os formandos a aprenderem de forma mais personalizada, interativa e eficaz.
Será, então, este o início do fim da atividade do formador? Sim… este é o início do fim da atividade do formador, tal como a conhecemos hoje, ainda que a IA não venha substituir o formador, irá alterar consideravelmente a sua atividade!
*Este artigo foi publicado originalmente na ComputerWorld.
Inteligência Artificial & aprendizagem
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