3 práticas para desenvolver a liderança inclusiva

Maria João CeitilManaging Director FranklinCovey PT | Head of Integrated Solutions Cegoc

Vivemos cada vez mais num mundo diverso, complexo e globalizado. Gerir a diversidade não é, de todo, uma questão de imagem, reputação, ou algo que “está na moda”. É cada vez mais uma necessidade estrutural para qualquer organização que queira ter sucesso no futuro. Por esse motivo, e também porque (felizmente) a sociedade e as organizações têm cada vez mais a consciência que é essencial respeitar e cuidar as pessoas, muitas organizações estão empenhadas em criar culturas diversas, onde a inclusão é um valor fundamental.

Não é suficiente ter uma força de trabalho diversificada. Independentemente das identidades ou papéis sociais colaboradores, é importante que todos(as)(es) se sintam incluídos(as)(es), valorizados(as)(es), e capazes de contribuir com todo o seu potencial. A inclusão vai além da diversidade e é o fator determinante que permite que as pessoas se sintam parte integrante do sucesso da empresa.

A experiência no local de trabalho determina se as pessoas permanecem e prosperam—e ninguém influencia essa experiência mais do que quem desempenha papéis de liderança, formal ou informal. Equipas com líderes inclusivos(as)(es) apresentam um desempenho superior, tomam decisões melhores e colaboram mais.

Conheça as 3 práticas essenciais da Liderança Inclusiva, de acordo com a abordagem Franklincovey:

Conectar para Compreender

No centro da liderança inclusiva está a capacidade da(o)(e) líder se conectar verdadeiramente e profundamente com cada membro da equipa. Isto vai além das interações superficiais e “eficientes” que frequentemente dominam o ambiente de trabalho. Conectar-se significa investir tempo e energia para compreender as experiências, motivações e aspirações únicas de cada pessoa. Trata-se de escolher a curiosidade em vez da conveniência.

Falamos aqui da importância de criar ambientes de trabalho onde as lideranças realmente se importam com o bem-estar das pessoas, não apenas enquanto colaboradores, mas como seres humanos completos. Quando tal acontece, cria-se um ambiente de elevada confiança, de comunicação aberta e honesta, onde as pessoas se sentem seguras para expressar as suas ideias, preocupações e expetativas. Fazendo perguntas que vão além do óbvio, dedicando tempo para conhecer e compreender genuinamente cada membro da equipa, as(os)(es) líderes mostram que as pessoas são vistas, ouvidas, e valorizadas, criando um ambiente de inclusão genuína.

Criar Oportunidades

Enquanto a conexão cria as bases de uma relação forte, é através da criação de oportunidades as lideranças promovem o efetivo desenvolvimento das pessoas. Com mais frequência do que seria esperado, muitos(as)(es) líderes acabam por basear muitas das suas decisões em suposições e preconceitos inconscientes que condicionam e limitam a sua perspetiva sobre o potencial das equipas, limitando o crescimento individual, mas também a performance coletiva das equipas e da organização.

A liderança inclusiva desafia as(es)(os) líderes a ir além do que é evidente, reconhecendo e cultivando o potencial em cada membro da equipa. Criar oportunidades significa atribuir responsabilidades com a intenção clara de ajudar os colaboradores a desenvolverem-se e a exibirem as suas capacidades. Significa também ser um defensor ativo de cada membro da equipa, garantindo que todos tenham as mesmas hipóteses de brilhar, independentemente das suas origens ou circunstâncias.

Cultivar a Inclusão na Equipa

Para além de conectar e criar oportunidades, a liderança inclusiva envolve a construção de uma cultura de todos e para todos, com um forte sentido de pertença. Muitas vezes as pessoas sentem-se subvalorizadas, excluídas ou não compreendidas, o que conduz, quase inevitavelmente, a sentimentos de frustração, desmotivação, com consequências negativas na sua produtividade.

Liderança Inclusiva
Práticas para Cultivar a Inclusão e Construir Melhores Equipas

Cultivar a inclusão na equipa requer que os(as)(es) líderes não só modelem comportamentos inclusivos, mas que também envolvam toda a equipa na definição de práticas que promovam uma cultura de respeito e reconhecimento mútuo. Isto pode incluir a adoção de comportamentos que assegurem que todos os membros da equipa têm voz nas discussões e que as suas contribuições são valorizadas e reconhecidas. Além disso, as lideranças devem estar preparadas para intervir e corrigir comportamentos não inclusivos, garantindo que a cultura de inclusão seja mantida e reforçada.

Se tem responsabilidades de liderança de equipas convidamo-le(a)(o) a experimentar aplicar estas práticas e aceitar o desafio de promover a inclusão, contribuindo para um futuro em que todas as vozes sejam ouvidas, todos os talentos sejam valorizados, e todas as pessoas tenham oportunidade de revelar o melhor que tem em si.

Escrito por

Maria João Ceitil

Detentora de uma vasta experiência como Consultora e Formadora nos domínios de Gestão de Recursos Humanos, Gestão da Performance Organizacional e Executive Coach.

Ao nível da formação superior, possui um Mestrado Integrado em Psicologia Clínica pelo Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA), um Mestrado em Gestão do Potencial Humano pelo Instituto Superior de Gestão (ISEG) e uma Pós-Graduação em Gestão dos Recursos Humanos, na Perspectiva da Gestão com as Pessoas, pela Universidade Lusófona.

Possui também diversas certificações e formações, nomeadamente a Certificação em Executive Coaching pela Escola Europeia de Coaching de Lisboa, a certificação em Dynamic Coaching pela Go4 Consulting e a Formação Pedagógica Inicial de Formadores pela CEGOC.

Saiba mais
newsletter image

Receba as nossas newsletters

Fique a par de todas as novidades que temos para si!

Subscreva aqui!