O seu nome é Alice e acaba de se sentar à frente do computador, para começar a desenvolver o primeiro guião de um curso que estava a criar. Como Learning Experience Design, sabe que a narrativa poderá fazer toda a diferença para envolver os formandos desde o primeiro instante. Para garantir que está focada, certifica-se de que desliga todas as notificações para não ser interrompida e começa a escrever.
Já tinha escrito as primeiras páginas do guião, quando de repente o ecrã começou a piscar com a frase “Follow the White Rabbit”.
- Um Vírus?! Era só o que ma faltava! - Mas nem teve oportunidade de se prender a essa preocupação, porque passou por ela a correr um coelho branco, com uns óculos de realidade virtual na cabeça!
Não mais confusa do que curiosa com o que acabara de ver, Alice pôs-se de pé rapidamente e decidiu seguir o coelho entrando numa sala escura.
De repente, o chão desaparece sob os seus pés e Alice cai num abismo de código binário, um oceano de dados, onde flutuavam computadores, smartphones, tablets e uma infinidade de ecrãs com cores vivas e informações que não conseguia captar bem.
Num movimento de coragem consegue agarrar um tablet, e percebe que a descida se tornou mais lenta. Consegue então ler a frase que se apresenta no ecrã: “Bem-vinda ao percurso de aprendizagem: Gestão das Emoções! Clique aqui para começar.”
– Mas o que me está a acontecer?! – Questiona-se em pânico.
Tudo aquilo era surreal, por isso não lhe pareceu descabido seguir as indicações do tablet, muito claras por sinal.
- AAAHHH!!! - Caiu sentada numa poltrona, também suspensa no ar! Após realizar as primeiras atividades digitais - e ainda bem, porque gerir as emoções era tudo o que ela precisava naquele momento - vê no seu ecrã o botão “Personalize o seu percurso de aprendizagem!”.
Mais uma vez seguiu as indicações e escolheu o tema que lhe despertou mais interesse. Imediatamente cresceu tanto que se tornou maior que a poltrona, o que acelerou em duas vezes mais a queda livre naquele abismo sem fim.
Subitamente, cai sentada no chão e à sua frente surge um grande sorriso num ecrã gigante. Aos poucos, a imagem tornou-se mais nítida e Alice pôde ver um enorme gato às riscas, que lhe disse num tom calmo:
- Vais ter de dar o teu melhor, para encontrares a saída…- E dito isto, o gato começou a desvanecer até que desapareceu. No ecrã podia agora ler-se: “QUAZ – Let’s play”.
Seguiram-se algumas perguntas cronometradas, às quais Alice respondeu rápida e acertadamente. Atrás dela surge então uma passagem para um jardim onde vê um senhor com um grande chapéu, bordado com o que parecia ser um QR Code.
- Desculpe, sabe dizer-me onde estamos? – Perguntou Alice.
– Em que se parece um corvo com uma secretária? Está na hora do chá!!! – E dizendo isto, o senhor tira uma chávena de um bolso, e um bule do outro e começa a correr, deixando o chapéu para trás no caminho.
– Oh não…! Só me faltava esta. – Lamentou Alice, dirigindo-se para o chapéu que havia caído ao chão. Com o Tablet que ainda trazia consigo, leu o QR code e eis que surge no ecrã a seguinte frase:
“O conhecimento e a criatividade são os tesouros mais valiosos!”
Nisto, Alice ouve um barulho ao fundo que a traz de novo para a realidade. Afinal, tudo não tinha passado de um estranho e curioso sonho…
Certamente que conseguiu identificar a história que nos inspirou para este artigo, correto?
No atual panorama da formação corporativa, o desenvolvimento de soluções de digital learning, emerge como uma resposta inovadora e eficaz para atender às necessidades específicas de cada organização.
Dentro deste contexto, o storytelling destaca-se como uma ferramenta indispensável, capaz de transformar a aprendizagem digital numa experiência mais envolvente, memorável e com impacto em cada etapa do processo de aprendizagem, maximizando os resultados.
Ao cativar a atenção e facilitar a compreensão, promovendo a conexão emocional e a contextualização do conteúdo, o storytelling não só enriquece a learning journey, mas também amplia significativamente a eficácia da formação.
Numa realidade onde a aprendizagem contínua e a adaptação rápida são cruciais, a integração do storytelling no desenvolvimento de soluções de formação 100% digitais, torna a aprendizagem mais estimulante e motivadora, dado o seu potencial para atrair a atenção e o interesse dos formandos, por meio de narrativas envolventes.
Além de facilitar a memorização e a retenção de conhecimento, o storytelling contribui ainda para estimular o pensamento crítico sempre que se apresentem dilemas e decisões complexas, o que promove também o desenvolvimento de competências interpessoais, tais como a empatia e a comunicação.
Arrisque transformar a maneira como se comunica com o seu público-alvo e mergulhe na arte de criar narrativas envolventes!
Considere as 7 dicas que se seguem, na criação do seu storytelling
- Conheça a sua audiência:
Antes de criar a sua história, compreenda quem é o seu público-alvo, quais são as suas necessidades e interesses, para que possa aproximar tanto a sua linguagem como os exemplos, de algo que lhes é familiar; - Moral da história:
Histórias que despertam emoções, são mais poderosas e marcantes. Defina claramente qual é a mensagem chave que pretende transmitir. O Storytelling pode servir para sensibilizar os formandos para um tema, ou transmitir boas práticas que pretende que passem a aplicar; - Crie personagens memoráveis:
Com os quais os formandos se possam conectar e sentir empatia. Inclua personagens interessantes e tridimensionais, que tenham objetivos, motivações e conflitos claros que impulsionem a narrativa adiante; - Desenvolva um enredo cativante:
Use estruturas e fórmulas que lhe vão garantir sucesso, como por exemplo “A Viagem do Herói”. Capte a atenção dos seus formandos do início ao fim. Introduza conflitos intrigantes, reviravoltas inesperadas e momentos de tensão que mantenham o público ansioso para descobrir o que vai acontecer a seguir. Certifique-se que o enredo segue uma progressão lógica;
- Explore os sentidos:
Faça descrições detalhadas e sensoriais para criar imagens vívidas na mente do seu público. Use analogias e metáforas. Vão ajudar a tornar a história mais tangível e memorável; - Mantenha o ritmo:
Certifique-se de que a narrativa flui naturalmente e mantenha um ritmo que prenda o interesse do público ao logo da história; - Desfecho memorável:
Crie um final capaz de captar a essência da narrativa e deixar uma marca duradoura na mente do seu público.
Agora que compreendeu o poder desta arte de combinar a criatividade, a empatia e a autenticidade, para criar experiências de aprendizagem diferenciadoras, tornar as mensagens mais acessíveis e impulsionar a ação, espero tê-lo inspirado a explorar o potencial do storytelling.
Não subestime o poder de uma boa história…ela pode mudar o mundo!
