Assertividade: uma competência essencial

Mário CeitilPresidente da Mesa da Assembleia Geral da APG (Associação Portuguesa de Gestão das Pessoas)
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Definição de Assertividade como competência

Comportamentos que evidenciam que uma pessoa apresenta uma relação positiva consigo própria, é realista em relação aos seus pontos fortes e aos seus pontos fracos e apresenta um “locus de controlo interno”, ou seja, considera-se a primeira responsável por aquilo que lhe acontece e assume que é capaz de controlar o seu próprio destino.

Indicadores comportamentais

As pessoas que têm esta competência atualizada:

  1. Estão dominantemente orientadas para o futuro e não centradas sobre os erros ou os fracassos passados;
  2. Lidam, com facilidade e naturalidade com os problemas e com eventuais desgostos e frustrações;
  3. Experimentam todas as dimensões das emoções, sem deixar que essas emoções afetem o seu comportamento de forma negativa;
  4. Ajudam os outros e aceitam, também, a ajuda dos outros;
  5. Encaram os outros como seres possivelmente únicos e talentosos;
  6. Apresentam comportamentos de autoconfiança, como aceitação natural de cumprimentos, elogios e recebem uma crítica sem procurarem imediatamente justificar-se ou contra-atacar;
  7. Em situações oportunas, sabem usar a ironia em relação a si próprias, sem, todavia, se exporem ao ridículo;
  8. Tomam decisões por si próprias, baseadas nos seus próprios juízos do que é certo ou errado;
  9. Afirmam-se serenamente em todas as situações, recusando a agressividade, a passividade e as táticas de manipulação.

Frase de Tese

Ter um autoconceito positivo e uma capacidade equilibrada de afirmação pessoal, constituem uma “força motriz” essencial à vida de cada pessoa e determinam, em grande medida, as suas decisões e os seus comportamentos. De facto, é muito difícil a cada um de nós agir de uma forma não consistente com a visão mais profundamente interiorizada de quem e o quê acreditamos que somos.

No entanto, ter uma autoestima saudável não pode ser confundido com o tornar-se “egótico”, tornar-se o “centro do mundo” e pensar e agir apenas em função dos seus interesses e dos seus valores próprios.
 

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Contextualização – caráter estruturante da competência

Vários autores têm sublinhado a relação entre a autoestima e muitos problemas comuns à nossa sociedade. Nathaniel Branden, citado por Reece & Brandt (2002), assinala que “ quanto mais saudável for a nossa autoestima, mais nos sentiremos inclinados para tratar os outros com respeito, benevolência, boas intenções e lealdade – desde que os não percebamos como uma ameaça e desde que o respeito próprio seja o alicerce do respeito pelos outros.”

Apesar de esta competência ter aspetos que intersetam diretamente outras competências como, por exemplo, a “Competência Emocional” e a “Resiliência”, pela sua importância e, sobretudo, pelo seu caráter estruturante em relação aos comportamentos, vale a pena dedicar-lhe uma referência mais específica e detalhada. Comecemos pelo que é aqui designado como o seu “caráter estruturante”.

Uma competência é estruturante quando condiciona o desenvolvimento de outras competências. Se alguém quiser aprender, por hipótese, chinês, não terá obrigatoriamente de ter um determinado domínio em, por exemplo, inglês, porque a aprendizagem de uma língua é completamente independente e autónoma do conhecimento da outra.

No entanto, para aprender essa língua, a pessoa já precisa de ter uma “dose” razoável de autoestima que lhe dê, pelo menos, a autoconfiança suficiente para sentir que é capaz de a aprender. Se a autoestima e a autoconfiança forem muito baixas, provavelmente a capacidade de aprendizagem apresentará alguns défices significativos. Neste sentido, podemos dizer que as competências de autoestima e de autoconfiança são estruturantes da capacidade de aprendizagem. A autoestima e a autoconfiança constituem-se como desdobramentos do autoconceito que, por sua vez, constitui a base da capacidade de afirmação pessoal.
 

Escrito por

Mário Ceitil

•Licenciado em Psicologia pelo ISPA;•Professor Universitário;•CERTIFIED EXECUTIVE COACH pelo FranklinCovey/Columbia University Executive Coach Certification Program (Salt Lake City – EUA);•PROGRAMA DE FORMACIÓN DE COACHES PROFESIONALES – Nivel Básico (ACSTH – Approved Coach Specific Training Hours), pela Escuela de Coaching Ejecutivo da Tea-Cegos (Madrid, Espanha);•PROGRAMA DE FORMACIÓN DE COACHES PROFESIONALES – Nivel Avanzado (ACSTH – Approved Coach Specific Training Hours), pela Escuela de Coaching Ejecutivo da Tea-Cegos (Madrid, Espanha);•Managing Partner da Cegoc, de 1993 a 2015;•Consultor e Formador da Cegoc, desde 1981.•Coordenador da Escola de Coaching Executivo (2015/2016),
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